top of page

Reforma Tributária: Receita lança “super sistema” para aprimorar cobrança de impostos e reduzir sonegação

  • Foto do escritor: Tax Check
    Tax Check
  • 23 de set.
  • 3 min de leitura

A Receita Federal está desenvolvendo uma plataforma tecnológica inédita no mundo para operacionalizar os novos impostos sobre o consumo criados pela Reforma Tributária — o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços, de competência de estados e municípios) e a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços, de competência da União).


O sistema promete ser 150 vezes maior que o PIX, com capacidade para processar 70 bilhões de documentos por ano, e deve entrar em funcionamento já em 2026, em fase de testes.


ree

Um sistema gigante e inédito

De acordo com a Receita Federal, o novo sistema vai receber em tempo real todas as informações das notas fiscais eletrônicas emitidas no país.


A diferença em relação ao PIX é o nível de dados: enquanto no PIX constam apenas remetente, destinatário e valor, nas notas fiscais há informações detalhadas sobre produto, serviço, créditos e operações — o que multiplica a complexidade.


Esse gigantismo, no entanto, é fundamental para dar maior transparência, reduzir falhas e combater a sonegação.


Split Payment: tributo direto ao governo

Um dos módulos mais importantes é o chamado split payment. Por ele, no momento da transação, a parte referente ao tributo é direcionada diretamente ao governo (União, estados e municípios).


Isso traz duas grandes mudanças:

  • Reduz a sonegação, já que o valor do imposto não passa pelo caixa da empresa;

  • Elimina atrasos e facilita o fluxo de repasses, garantindo arrecadação imediata.

Na prática, será também por esse sistema que ocorrerá o ressarcimento de créditos tributários, algo essencial para a não cumulatividade prevista na Reforma. A expectativa é que esse crédito possa ser devolvido até no mesmo dia, o que melhora o caixa das empresas.


Cronograma de implantação

  • 2026: fase de testes, com cobrança simbólica de 1% (0,9% CBS e 0,1% IBS), valores compensados com PIS e Cofins.

  • 2027: início oficial da operação do split payment para a CBS, especialmente em transações entre empresas (B2B). Extinção do PIS e da Cofins.

  • 2029 a 2032: transição do ICMS e ISS para o IBS, com alíquotas sendo ajustadas gradualmente.


Impacto na sonegação e arrecadação

A Receita estima que o novo sistema pode reduzir drasticamente a sonegação. Hoje, cálculos apontam que o país perde cerca de R$ 400 a R$ 500 bilhões por ano em impostos não recolhidos.


Segundo especialistas, essa perda pode ser revertida quase integralmente com o split payment, garantindo maior previsibilidade para o governo e segurança jurídica para as empresas.


Além disso, o sistema elimina a prática das chamadas “noteiras” — empresas criadas apenas para emitir notas falsas e fraudar o Fisco.


Créditos tributários e ressarcimento

Com a nova lógica de tributação, os impostos sobre consumo serão não cumulativos. Isso significa que as empresas poderão descontar os tributos já pagos em etapas anteriores da cadeia.


O sistema da Receita será responsável por calcular automaticamente esses créditos, agilizando o ressarcimento e dando mais fluidez às operações.


Benefícios sociais: o “cashback”

Outra funcionalidade do sistema será a devolução de parte dos impostos para famílias de baixa renda cadastradas no CadÚnico.

  • Haverá devolução de 20% dos impostos federais, estaduais e municipais para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa.

  • Em serviços essenciais como água, luz, gás e telefonia, o desconto será imediato: 100% da CBS e 20% do IBS.


Esse “cashback tributário” será creditado diretamente na conta do beneficiário, mensalmente, garantindo maior justiça fiscal.


O que muda para as empresas

Apesar dos benefícios, o novo modelo também impõe desafios:

  • Empresas terão que profissionalizar a gestão de fluxo de caixa, já que o tributo não passará mais por elas;

  • Sistemas e processos internos precisam ser adaptados até o fim de 2025;

  • Não haverá espaço para controles manuais ou planilhas improvisadas — será necessário investir em tecnologia integrada.


Conclusão

O “super sistema” da Receita representa um passo sem precedentes no combate à sonegação e na modernização da tributação brasileira. Ele trará mais eficiência, previsibilidade e justiça fiscal, mas exige das empresas adaptação tecnológica e gestão mais profissionalizada.

🔎 Essa matéria foi retirada do G1 e reescrita pela nossa equipe da Tax Check.


📲 Acompanhe nossas redes sociais e acesse nosso site para mais conteúdos sobre a Reforma Tributária e suas oportunidades.

10000403_edited.png
bottom of page